domingo, 18 de julho de 2010

Um sol só...


Jornalista, recreacionista, produtora, lavadeira, professora…no Projeto Rondon se é de tudo um pouco durante manhã-tarde-noite.

O melhor disso é isso! Se sentir cansada com por ser “usada” em tudo que se pode. Se formos levar em conta que cada atividade é uma sementinha acho q já plantei mais nessa semana do que na vida toda.

Claro, nem tudo são flores. Não é nada fácil ter corum nas atividades, principalmente, quando o público vem só dá população em geral. Mas vamos dando um jeitinho aqui outro ali, mesmo que seja ir atrás de um por um.

A rádio comunitária e o carro de show estão a todo vapor com a programação das atividades com direito a entrevista aos rondonistas e vinheta do programa “Rondon no Ar”.
Mas o que funciona mesmo é o boca a boca, então é botar as pernas para andar pela cidade toda.

Aos poucos estamos conquistando a comunidade, no primeiro dia estranhesa, timidez agora a conversa rola solta e a interação já está ajudando nas ideias para a resolução dos problemas, que agora vem também dos cidadãos.

O que anima muito, porque vemos que o fator provocação está funcionando.

Em cooperativismo e programas federais, acho que tive exito na formação já que todos saíram inquietos e perguntadeiros.

A criançada ajuda muito e adora um carinho.

Domingo, folga, dia de rio e tambor de crioula para renovar as energias para mais uma semana de atividades.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Dias de Quartel


Firmes! Sentido!
Que nada, o 24º Batalhão de Caçadores está mais para hotel do que quartel, pelo menos para aproximadamente 300 estudantes de todo país que vão trabalhar na Operação Catirina em 22 municípios do Maranhão.
Quarto com direito a bombom na cama, banheiro limpinho (tinha até chapinha!), armário individual e carregador de malas (sobrou para os soldados).
Além de uma comidinha deliciosa, apesar de não contemplar tão bem os vegetarianos.

As complicadas primeiras horas do sábado de avião, ônibus, malas foram compensadas pela tarde de passeio, única durante a viagem, com sol e praia maranhense, que me permitiram curar o amarelão do inverno e pegar uma corzinha.

Com a companhia do nosso anjo, sargento do exercíto responsável pela acompanhamento das equipe em cada cidade, James Franck saímos pelas ruas de São Luis inicialmente até a praia do Calhau e depois até o Centro Histórico.


A capital maranhense é charmosa e bonita, claro, que principalmente pelas antigas construções portuguesas de azulejo do centro, mas de modo geral é. Apesar dos arredores do João Paulo, bairro do quartel, até chegar na praia – caminho para a residência do “dono” do estado – ter muitas ruas esburacadas, casas pouco cuidadas. Mas de lá para cá a coisa melhora significativamente até chegar a linda vista que tem o quarteirão Sarney, local das mansões da família.

Meu faro de angoleira estava atiçado, encontrei dois grupos de capoeira angola, Mandingueiros do Amanhã e a Associação de Capoeira Angola do Maranhão (ACAM), aonde deu para curtir até uma roda e morrer de vontade de jogar, só não o fiz porque não estava com as roupas apropriadas.

Sombra e água fresca acabaram por ai, as 17hs em ponto todas as patentes estavam marchando na apresentação das tropas terrestres com presença de representantes do Rondon, estado, município, Ministério da Defesa e, a mais aclamada pelos estudantes, banda do exercíto que foi alugada até as 19hs para atender pedidos desde música gaúcha ao bom forró nordestino.

Cherosos e comidos, a noite foi a vez o Bumba Meu Boi Nina Rodrigues fazer a festa. Parte que eu particularmente esperava o dia inteiro, sentir e suar com a cultura popular do estado.
Me surpreendi muito, não pensei que a cultura do boi fosse tão próxima da latina – passos, roupas coloridas e com fitas, instrumentos. Lembrei dos momentos de cueca, cultura popular, na Bolívia.

No domingo a moleza foi para o espaço ou para onde os tiros de bomba da alvorada mandaram, não teve um que não pulou da cama com a barulheira. Apesar da banda fazer o BG (música de fundo) dos tiros.

Os “despertadores” também deveriam estar durante as palestras e discursos da manhã no auditório do Senai, já que foi difícil não escapar da pescadinha.
Animação e bagunça só nos gritos de guerra das faculdades, que variaram muito de ritmo e tipo. A equipe Nina Rodrigues, Metodista e Universidade Católica de Brasília, mandou bala e fez um funk–hop

“Rondon, Rondon
Rondon no Ar.
UCB e Metosita vão a Nina trabalhar.
Rondon, Rondon
Somos interação
Operação Catirina
Os rondonistas tem oDom,
O dom de ajudar
O dom de oferecer tudo aquilo de melhor de nós sabermos fazer.
Rondon, Rondon
Rondon no Ar”

(Rondon no Ar veio da vinheta que o grupo preparou para a rádio da cidade)

E com o Boi Bumba Ilha da Magia – saracutiamos até termos que prestar os ouvidos novamente aos discursos.

Bom, agilizando a estória um pouco, até para pular a parte que eu perdi a chave do armário, depois de uma viagem de três horas finalmente chegamos à Nina Rodrigues e melhor a tempo de assistir o finalzinho de Espanha x Holanda – finalmente uma seleção que eu estava torcendo ganhou e essa deveria ter sido minha única aposta da Copa.

Muito bem recepcionados pela prefeita Iara e pela secretáia de educação Devalina, com faixa e tudo, jantamos e finalmente ‘acabou’ o dia, eleito por toda galera como o dia mais longo das vidas, mas vamos ver se até a conclusão da operação não terá nenhum para passar a frente.

Segundona é dia de branco, preto e colorido, o trabalho começa!

sábado, 10 de julho de 2010

Se minhas botas falassem…


Claro, que uma das primeiras coisas que você pensou foi na parte “suja” que minhas botas poderiam ter passado…Mas não, não é de merda ou gênero que estou falando.

Sim por quais caminhos andaram, andei, e quais ares “sentiram”.

Elas foram um presente da minha mãe, para a filhota estar com os pés preparados para enfrentar as terras latinas da Bolívia e do Peru, que nesse caso incluiam montanhas e trilhas pesadas.

Foi depois dessa viagem-conquista que pensei nessa frase não só para as pessoas entenderem melhor minha experiência ao perguntarem como foi tudo, mas para eu mesmo recordar os bons momentos que “sem querer” surrei as bixinhas.

De um jeito ou de outro, é como se as “palavras” das minhas botas trouxessem os sentimentos de cada momento. Acho que pelo fato de representarem os caminhos que trilhei e passei.

É mais ou menos isso que esse blog pretende, relatar os sentimentos e andanças dessas minhas queridas “botas”. Além das minhas empreitadas no aprendizado das artimanhãs do jornalismo, “calçados” estes vindos do meu pai.


Por onde as botas andam?


Agora, estão a caminho de Nina Rodrigues, uma cidade do interior do Maranhão para pisar do barro mesmo e colocar a mão na massa no Projeto Rondon do Ministério da Defesa.

O programa leva universitários para desenvolver trabalho social em cidades do Norte-Nordeste do país. Além dos “rondonistas”, como são chamados os envolvidos no projeto, terem a oportunidade de conhecer um pouco mais da realizar do Brasil.
Mais informações no site www.defesa.gov.br/projetorondon

Vamos ver se no meu do trabalho todo não consigo mandar umas notícias quentinhas.

;o)

* Na foto do cabeçario é no pico da Pedra Celada, 250 metros, no Alto do Rio Preto – RJ / MG / SP. Trip com pessoas queridas , na hora certa e com pioneirismos pessoais.

** A caricatura é obra do artísta plástico Elton Hipolito